Crescimento?

Faz 22 anos que estou por aqui. Nesse tempo todo eu sorri, chorei, sofri, me senti só, me senti amada, amparada, cuidada e até por vezes maltratada. Nessa confusão de sentimentos, fui criando meus gostos, meus mantras e ilusões. Foi tanta coisa até aqui para quem tem tão pouca idade, é como se já tivesse vivido cem vidas.

Vi minha dupla favorita se desfazendo (Sandy&Júnior). Comecei a ouvir Caetano, Legião, Los Hermanos e toda essa galera maravilhosa da mpb. Depois, comecei a amar loucamente livros e séries. Mas, o que mais me marca é trazer tanta coisa da infância até agora. Parece até que tem algo lá no fundo dizendo para eu não crescer.  

Quando estou fora de casa, gosto de olhar o que me cerca e observar tanta gente maluca correndo para um lado e outro. Ninguém realmente se ouve, falam todos ao mesmo tempo, tá todo mundo grudado em celulares, tomadas e seus egos tolos. Fico me perguntando o que se passa entre aquele casal de cara amarrada numa plena sexta. Seguro o olhar no consumismo das crianças e no quanto os pais pouco se importam com isso. Me assombra também a falta de afeto entre as famílias. É estranha a forma como as coisas estão caminhando ou eu simplesmente estou tão velha tendo apenas 22 anos?

Talvez eu esteja crítica demais, saudosa demais. Mas, se alguém olhar mais de perto, perceberá que existem muitas pessoas por aí com uma saudade imensa do tempo passado. Daquela época em que se andava sem medo nas ruas, sente falta do respeito para com o próximo, das delicadezas, do poder brincar na rua com coisas que nós mesmos construímos. Hoje já se compra tudo pronto, provavelmente por isso tem tanta criança com a criatividade limitada por aí.

É meu caro, acho que isso tudo seja sinal para que eu guarde, não tão lá no fundo, a criança que eu era e vez por outra costumo ser. E, provavelmente, teremos que resgatar tantas outras crianças que estão por aí adormecidas.

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Fonte da imagem: http://queroserpicasso.tumblr.com/

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